No mês de abril de 2022, as chuvas ficaram acima da média histórica (valores acima de 100%) nas regiões centro-sul e sudeste do estado (Figura 1b), com chuvas acumuladas que variaram entre 90 – 180 mm (Figura 1a). Por outro lado, na região pantaneira, as chuvas ficaram abaixo de 50% da média, com valores de chuvas acumuladas entre 30 – 60 mm. Na análise da anomalia das chuvas, mostrada na Figura 1c, observou-se anomalia positiva na região sul do estado, o que indica que choveu acima da média climatológica nesta região. Já nas regiões pantaneira e nordeste do estado (indicado pela cor vermelha no mapa 1c) observa-se anomalias negativas, o que indica chuvas abaixo da média histórica.
Figura 1. Precipitação acumulada (a) Porcentagem da precipitação do que é esperado para o mês (b) e Anomalia da Chuva (c) durante o mês de abril de 2022. Fonte dos dados: MERGE/INPE. Processamento de dados: CEMTEC/SEMAGRO.
Na Tabela 1 e 2 são mostrados os valores observados de precipitação acumulada mensal (mm) das estações meteorológicas do INMET/SEMAGRO e dos pluviômetros do CEMADEN. Pela análise dos dados do INMET/SEMAGRO (tabela da esquerda), observa-se que os municípios de Sidrolândia, Ribas do Rio Pardo e Santa Rita do Pardo apresentaram chuvas acima da média climatológica, com valores acima de 99 mm/mês.
Tabela 1. Precipitação Acumulada Mensal (mm) observada durante o mês de abril de 2022. Fonte dos dados: INMET/SEMAGRO.
Na Tabela 2 (tabela da direita utilizando dados do CEMADEN), observa-se que nos municípios de Itaquiraí e Mundo Novo as chuvas ficaram acima de 194 mm/mês. Já nos municípios de Coxim, Corumbá e Três Lagoas as chuvas ficaram abaixo de 40 mm/mês.
Tabela 2. Precipitação Acumulada Mensal (mm) observada durante o mês de abril de 2022. Fonte dos dados: CEMADEN.
Na Figura 2 são apresentados os SPI na escala de 3, 6 e 12 meses para o mês de abril de 2022. No geral, nas três escalas do SPI, observam-se intensidade na categoria seca, indicando déficit de precipitação. Por outro lado, observa-se que no sul do estado, na escala de 3 meses, houve uma melhora no indicador de secas, mostrando excedente de precipitação. No geral, comparado ao mês passado, houve desintensificação das condições de seca no estado. Pela análise do SPI-6 e SPI-12, as regiões mais críticas seguem sendo as regiões pantaneira (Corumbá) e leste/nordeste (Paranaíba) do estado, onde os valores variam entre -0.8 a acima de -1.6.
Figura 2. Índice Padronizado de Precipitação (SPI) na escala de (a) 3, (b) 6 e (c) 12 meses para o mês de abril de 2022. Fonte dos dados: MERGE/CPTEC/INPE. Processamento de dados:CEMTEC/SEMAGRO.
Na Figura 3 são apresentadas a média climatológica e a previsão probabilística da previsão acumulada para o trimestre MJJ,onde observa-se acumulados de chuva entre 100 a 300 mm em MS (Figura 3a). Destaca-se que na maior parte do estado os acumulados de chuva variam de 100 a 200 mm durante estes 3 meses, somente no sul do estado as chuvas variam entre 200 a 300 mm. A Figura 3b mostra uma média de múltiplos modelos climáticos (ensemble). Baseado nesta análise a previsão probabilística indica que as chuvas ficarão entre 40 e 50% abaixo da média climatológica (tons laranja) para o período Maio-Junho-Julho, na região sul e sudeste do estado de Mato Grosso do Sul. Esta previsão se deve à atuação da La Niña (73% de probabilidade para continuidade da La Niña), que é um fenômeno oceânico-atmosférico de resfriamento das águas do oceano Pacífico, e por consequência, gera mudanças nos padrões de circulação atmosférica que impactam no regime das chuvas. Além disso, as temperaturas do ar tendem a ser mais altas e baixa umidade relativa do ar devido a ausência ou menor cobertura de nuvens.
Figura 3. Climatologia (a) e Previsão Probabilística (b) da precipitação acumulada para o trimestre de Maio-Junho-Julho (MJJ) de 2022. Fonte: INMET e WMO LRF MME.