No mês de janeiro, foram analisados os dados de precipitação no estado de Mato Grosso do Sul, a partir de três fontes de dados: MERGE/INPE, INMET/SEMAGRO e CEMADEN. Pela análise da Figura 1, utilizando os dados do MERGE/INPE, as chuvas ficaram abaixo da média histórica (valores abaixo de 75%) em grande parte dos municípios (Figura 1b), principalmente nas regiões pantaneira, e porção centro-sul das regiões centro-norte e sudoeste do estado, com chuvas acumuladas que variam entre 0 – 150 mm. Essa situação ocorreu devido a atuação de massas de ar seco e quente (bloqueios atmosféricos). Por outro lado, nos municípios da região leste observou-se chuvas acima da média climatológica (Figura 1b), com valores que variaram entre 150 a 300 mm (Figura 1a) devido a passagem de perturbações atmosféricas, aliado ao transporte de umidade e aquecimento diurno.
(a) (b)
Figura 1. Precipitação acumulada (a) e Porcentagem da precipitação do que é esperado para o mês (b) de janeiro de 2022. Fonte dos dados: MERGE/INPE. Processamento de dados e mapas: CEMTEC/SEMAGRO.
Na Tabela 1 são mostrados os valores observados de precipitação acumulada (mm) das estações meteorológicas do INMET/SEMAGRO. Observa-se que 3 municípios apresentaram chuvas acima de 200 mm/mês. A partir dos dados do CEMADEN, também, houve 3 municípios com chuvas acima de 200m/mês.
Tabela 1 e 2. Precipitação Acumulada (mm) observada durante o mês de janeiro de 2022. Fonte dos dados: INMET/SEMAGRO e CEMADEN.
Em relação ao prognóstico da precipitação para o trimestre Fevereiro-Março-Abril (FMA) observa-se que a média climatológica para o trimestre FMA, as chuvas variam entre 200 a 400 mm no estado (Figura 2a). E a previsão indica que as chuvas ficarão dentro ou ligeiramente abaixo da média climatológica, em grande parte do estado, com destaque para a região extremo sul do estado que pode ficar ligeiramente abaixo da média histórica (Figura 2b). Esta previsão, também, se deve a atuação da La Niña, que é um fenômeno oceânico-atmosférico de resfriamento das águas do Pacífico, e por consequência, gera mudanças nos padrões de precipitação.
a) b)
Figura 2. Média Climatológica (a) e Previsão Sazonal (b) da precipitação para o trimestre de Fevereiro-Março-Abril (FMA) de 2022. Fonte: MERGE e WMO LRF MME.